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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

ACM Neto participa da programação da Lavagem do Bonfim

ACM Neto participa da programação da Lavagem do Bonfim


O prefeito ACM Neto participa nesta quinta-feira (17), a partir das 8h, da programação da Lavagem do Bonfim, que tem início com a concentração da caminhada da fé em frente à Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, onde será celebrada uma cerimônia inter-religiosa aberta pelo padre José Ribamar. Após a celebração, por volta das 9h30, cerca de 20 mil fiéis darão início ao percurso de 8 quilômetros em direção à Colina Sagrada, no Bonfim.
Uma alvorada de fogos nas proximidades da Praça Cairu anunciará a partida da procissão. Também haverá pontos com fogos na Feira de São Joaquim, estacionamento das Obras Sociais de Irmã Dulce (Osid) e alto da Colina Sagrada. Esse ano, estimulado pela temática da paz, devotos ajudarão a levar uma bandeira branca de cerca de cem metros de comprimento até o Bonfim.
Um dos momentos mais esperados é o da lavagem das escadarias da Basílica Santuário Senhor do Bonfim feita pelas baianas (adeptas do candomblé e de religiões de matriz afro-brasileira) com água de cheiro. O ato está programado para ocorrer às 13h30, sob mais uma alvorada de fogos e execução do hino ao Senhor do Bonfim.
Agremiações – Como já é tradição, diversas agremiações seguem em cortejo em direção ao Bonfim, com saída a partir da Avenida Lafayete Coutinho (Contorno), por volta das 9h30, por ordem de chegada. Além de entidades tradicionais, como o Ilê Aiyê e Filhos de Gandhy, desfilam diversos bloquinhos carnavalescos, fanfarras, DJs, microtrios e representantes de associações.
História – De acordo com historiadores, o culto ao Nosso Senhor do Bonfim começou em 1745, quando a imagem do santo foi trazida pelo capitão português Teodósio Rodrigues de Farias, ao cumprir uma promessa que fez depois de ter sobrevivido a uma forte tempestade. As homenagens, no entanto, iniciaram de fato em 1754, ano em que a imagem foi transferida da Igreja da Penha, em Itapagipe, para a sua própria igreja, construída na Colina Sagrada.
A lavagem do adro da basílica teria começado a partir dos moradores da região, como preparação para a Festa do Bonfim. Por achar que o ato tinha assumido um caráter festivo exagerado e não-condizente com o local santo, a lavagem no interior do templo foi proibida em 1890 pelo Marquês de Santa Cruz, Manuel Victorino Pereira, chefe do governo provisório na época. Após a decisão, adeptos do candomblé começaram a fazer o cortejo para lavar as escadarias, reverenciando Oxalá – orixá correspondente ao Senhor do Bonfim.
A tradição acontece sempre três dias antes do segundo domingo após a Festa de Reis (6 de janeiro). Antes era realizada apenas no Bonfim, mas depois foi estendida para o Comércio, colorindo de branco as ruas da Cidade Baixa. Depois da cerimônia religiosa, é a vez da parte profana entrar em cena, com as barracas montadas no entorno do Bonfim, muita música e manifestações culturais. Os festejos são encerrados com a também tradicional Segunda-Feira Gorda, no bairro vizinho da Ribeira.

Colina Sagrada tem primeira etapa entregue pela Prefeitura

Colina Sagrada tem primeira etapa entregue pela Prefeitura


A dois dias da maior manifestação religiosa de rua da Bahia, o principal palco da Lavagem do Bonfim – a Colina Sagrada – teve a primeira etapa da requalificação entregue pela Prefeitura nesta terça-feira (15). Em clima de fé, devoção e agradecimento, a cerimônia contou com as presenças do prefeito ACM Neto e do vice, Bruno Reis; do reitor da Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, padre Edson Menezes; demais secretários, técnicos e gestores municipais, imprensa e população.
Na ocasião, o prefeito agradeceu ao empenho de toda a equipe envolvida para a realização da obra, incluindo o esforço para conclusão dessa primeira etapa antes da lavagem e, assim, não prejudicar o andamento da festa. “Esse é um momento muito especial, no qual os baianos já começam a viver o clima da lavagem. É claro, não há nada melhor do que entregar essa grande praça inteiramente requalificada, onde nós vamos não apenas ter um dos principais cartões postais ainda mais bonito, mas também a possibilidade de realização de grandes eventos como as missas campais. É ter esse patrimônio da história cultura e fé ainda mais valorizado, que é a Colina Sagrada”, relatou.
O padre Edson Menezes resumiu o sentimento de toda a comunidade quanto à intervenção em um dos locais mais representativos da capital baiana. “Estamos todos felizes com a obra de requalificação da praça da nossa Basílica Santuário do Senhor do Bonfim, que atende a um anseio da população da Cidade Baixa, dos turistas, dos fieis, dos devotos e de todos os soteropolitanos. De modo particular, estamos felizes porque o planejamento e execução dos serviços levaram em conta a sua finalidade principal, que é transformar a antiga praça do Bonfim em espaço para celebrações de missas campais, de outras atividades religiosas próprias de um santuário, e de favorecer aos turistas e peregrinos um ambiente mais acolhedor”.
O prefeito também lembrou que outra intervenção, fruto de emenda parlamentar, também está sendo realizada pela Prefeitura: a requalificação do altar da Basílica do Bonfim. Prevista para ser concluída em 40 dias e com investimento de R$643 mil, a iniciativa é coordenada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM). A lista de melhorias engloba recuperação da capela-mor, cobertura, restauração do retábulo do altar-mor e do forro, recuperação de escada atrás do nicho e instalações elétricas, além das portas de acesso às sacristias, tribunas, molduras dos óculos do forro e pilastras decoradas.
Mudanças – A Praça do Largo foi ampliada, dando a sensação de continuidade das escadarias da igreja. Toda a pavimentação do local passou a ser composta por mosaico e grafismos marcados no piso em pedra portuguesa. A Prefeitura também realiza obras no Abrigo de Velas, um espaço próprio para os fiéis acenderem velas, eliminando os riscos de incêndio na igreja (o mesmo local também será ponto de distribuição de água benta para os fiéis).
Outra parte da intervenção, que diz respeito à parte baixa da Colina Sagrada, isto é, a Praça Euzébio de Matos, também conhecida como Baixa do Bonfim, segue em obras e será entregue até abril, mas sem prejudicar os devotos da lavagem. No quesito trânsito, a requalificação da Colina Sagrada promove uma mudança significativa no local através do redesenho do sistema viário, com retirada das vias em frente à entrada da escadaria principal da Basílica do Bonfim e à Casa dos Romeiros. Os motoristas devem fazer o retorno pelos fundos do templo, junto à Casa do Juiz da Devoção, na esquina com a Ladeira dos Romeiros.
O projeto urbanístico foi idealizado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) em conjunto com a comunidade do Bonfim. As obras são realizadas sob a coordenação da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), por meio da Superintendência de Obras Públicas (Sucop), com investimento de R$11,5 milhões.
Além da parte urbanística, também foi promovido o ordenamento dos ambulantes que atuam no local, por meio da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop). Os profissionais receberam novos coletes e crachás de identificação.
Segunda etapa – Prevista para ser entregue no fim do mês de abril, a segunda etapa envolve a parte baixa da Colina Sagrada, a Praça Euzébio de Matos, também conhecida como Baixa do Bonfim. O local é bastante utilizado por moradores e visitantes, além de possuir importante papel nos grandes eventos religiosos da igreja. A requalificação nesse trecho contará com redesenho da área, que ficará integrada aos arcos da Ladeira do Bonfim. Com isso, haverá a reativação dos vãos dos arcos – os locais vão servir para atividades comerciais e de serviços.
No centro da área de convivência e lazer, será disposto um pequeno palco para realização de eventos pela comunidade. Parte da área será destinada à criação de um estacionamento público, incluindo baias para ônibus e vagas para vans e motocicletas, para atender à demanda das vagas excluídas no Largo do Bonfim. A ligação entre as partes alta e baixa da Colina Sagrada ocorrerá por meio de rampas e escadarias que serão reposicionadas com acessibilidade universal.
A requalificação da Colina Sagrada tem como diretriz a preservação e valorização do Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico da Colina Sagrada do Senhor do Bonfim, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao longo dos anos, a Igreja do Bonfim e entorno constituíram um importante ponto da identidade cultural baiana, de expressivo valor afetivo para os fiéis, da vivência da diversidade e da tolerância religiosas.
A requalificação da Colina Sagrada vai complementar o chamado Caminho da Fé – projeto que vai transformar a Avenida Dendezeiros, que liga o Memorial de Irmã Dulce (Largo de Roma) à Basílica do Bonfim (Bonfim), em um local de peregrinação de fiéis e que vai impulsionar o turismo religioso na capital baiana.