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quarta-feira, 13 de março de 2019

Novo Mercado de São Miguel integra série de investimentos no Centro Histórico

Novo Mercado de São Miguel integra série de investimentos no Centro Histórico

Um dos mais tradicionais espaços de comércio e cultura de Salvador, o Mercado de São Miguel, na Baixa dos Sapateiros, começa a passar por profunda transformação promovida pela Prefeitura. A ordem de serviço para início imediato das obras de reconstrução foi assinada no local nesta terça-feira (12) pelo prefeito ACM Neto, na presença dos permissionários, moradores e lideranças da região. Também participaram da cerimônia o vice-prefeito e secretário de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Bruno Reis; e a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield, dentre outras autoridades.
Vítima de um incêndio em setembro de 2017, o espaço está com a estrutura deteriorada e sem condições de funcionamento. As obras terão duração de 12 meses, sob a responsabilidade da Superintendência de Conservação e Obras Públicas (Sucop), vinculada à Seinfra. Com investimento total de R$5,1 milhões, dentro do programa Salvador 360, eixo Centro Histórico, a ação resgata um sonho antigo não apenas da Baixa dos Sapateiros, mas também de toda a cidade, como afirmou o prefeito.
“Este é um mercado que, ao longo do tempo, passou por um processo de degradação e de abandono. Um mercado que, no passado, já teve muita tradição, que tinha a expressão da força do comércio da Baixa dos Sapateiros e o que essa região representou para a capital baiana no passado”, declarou ACM Neto.
Ele lembrou ainda que a demora para a reforma ocorreu porque, há seis anos, o governo da Bahia havia solicitado a transferência de alguns equipamentos para a esfera estadual, incluindo o Mercado São Miguel. No entanto, ao perceber que a estrutura não seria reformada, foi enviado um comunicado oficial informando que a Prefeitura assumiria de volta o mercado, cumprindo assim o compromisso inicial firmado com a comunidade.
Estrutura – Na cerimônia, foi feita uma apresentação em vídeo na qual a população pode conferir, em linhas gerais, como ficará o Mercado São Miguel após as obras. Concebido para manter a diversidade de atividades do equipamento, o projeto, elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira, conserva a tradição do centro de compras sem abrir mão de necessidades arquitetônicas atuais, como elementos de acessibilidade e paisagismo.
O novo Mercado São Miguel abrigará, numa área de 4.460 m² - sendo 1.671 m² de espaço construído -, 28 boxes para comercialização de produtos hortifrutigranjeiros, 31 para itens diversos, nove espaços para oferta de serviços, seis bares/restaurantes, sanitários masculino, feminino e para pessoas com deficiência, elementos de acessibilidade, ambiente para roda de capoeira e estacionamento com vagas para até 30 veículos, além de um santuário dedicado ao culto do santo que empresta o nome ao equipamento.
O projeto contempla a reforma total do mercado, especialmente da ala esquerda da estrutura, completamente destruída no incêndio, inclusive o telhado. A parte frontal da estrutura contará com um recuo para a criação de uma área verde, que será ladeada pelo setor de serviços do equipamento, abrigando vendedores, chaveiros e outros prestadores tradicionais do espaço.
A estrutura tradicional será preservada, bem como a ideia de manter o uso diversificado do equipamento. O mercado seguirá concentrando o comércio de ingredientes para as comidas tradicionais da Bahia, como camarão e azeite de dendê, além de utensílios e ervas indispensáveis à liturgia do candomblé. A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) ficará responsável pelo levantamento dos atuais comerciantes e identificação de novos permissionários que possam ter o perfil do mercado.
História e expectativa – Inaugurado em 1965, o Mercado São Miguel teve seu auge durante as décadas de 1970 e 1980, sendo um dos principais pontos de comercialização de artesanato regional, produtos religiosos e ingredientes para comidas típicas afro-baianas. Atualmente, o mercado, bem como toda a região do Centro Antigo de Salvador, encontra-se tombado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio da Humanidade.
O comerciante Antônio de Jesus, de 75 anos e há 48 deles atuando no Mercado São Miguel, era só felicidade com o anúncio da reforma. “Já esperava há muito tempo essa ação e, graças a Deus, chegou agora. Aqui já teve muitos boxes, carregava mercadorias da Ceasa para cá, tinha muita gente, mas o movimento caiu com o tempo. A expectativa é de que tudo seja bem melhor pra gente. Vai ser beleza, mesmo”, finalizou, sorridente.

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