As ações do Salvador Negócios, apresentadas nesta quarta-feira (14), no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) provocaram entusiasmo nos empresários e representantes dos diversos segmentos da economia de Salvador. As iniciativas estão concentradas na potencialização de setores estratégicos, como o da construção civil, call center, turismo, varejo, têxtil, tecnologia e economia criativa.
A partir do Salvador Negócios, o setor de call center – um dos principais geradores de emprego para a cidade, que serve de porta de entrada para muitos jovens, por não exigir experiência profissional para alguns cargos – contará com a redução de 5% para 2% de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) para a implantação de empresas de telecobrança. A medida vai provocar impacto a curto prazo para a capital baiana, pois motivou o grupo Atento a instalar mais uma central de atendimento na cidade, que vai gerar três mil novos empregos diretos ainda este ano.
Para o secretário Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo, Guilherme Bellintani, essa geração de emprego terá efeito ainda maior. “Ao longo de quatro anos, R$ 240 milhões serão injetados na economia, provenientes apenas de salários dos empregados. Isso é fruto de muito trabalho e perseverança”, afirmou. Além da geração de emprego, uma das ações do Salvador Negócios – segundo eixo do Salvador 360 – é o investimento, por parte da Prefeitura, em qualificação de mão de obra.
As medidas foram elogiadas pelo presidente da Atento, Mário Câmara. “Essas medidas de isenção fiscal vêm ao encontro desse momento que estamos passando no país, que é a retomada do crescimento da economia. Nesse momento, o povo precisa pagar as suas dívidas, e a cobrança repõe os trabalhadores que estão desempregados no mercado novamente. Além disso, a Prefeitura nos propôs uma parceria para a qualificação de mão de obra, então nós, que já estávamos pensando em abrir empresa em outra cidade, decidimos abrir um polo de cobrança aqui em Salvador”, disse Câmara.
Em relação à construção civil, foram apresentadas medidas que facilitarão o custo dos negócios e a aprovação de novos projetos, como a redução da outorga onerosa e a não restrição da emissão de alvará de construção para empresas que estejam no Cadastro Informativo Municipal (Cadin). "São medidas que podem facilitar a aprovação dos projetos, que podem reduzir o ônus do empreendimento e que, somadas ao novo código de obras da cidade, podem criar e gerar investimentos necessários para empregos na cidade", opinou Carlos Henrique Passos, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Bahia (Sinduscon).
Outro setor beneficiado pelas ações do Salvador Negócios foi o das indústrias têxteis, responsável por gerar cerca de 12 mil empregos na Região Metropolitana e que, a partir de agora, contará com isenção de 50% do valor do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). O presidente do Sindicato da Indústria de Vestuário, Waldomiro Araújo, comemorou a iniciativa. Segundo ele, apesar de a indústria de vestuário ter tradição na cidade, o segmento passou por um momento de dificuldade muito grande, em função dos produtos asiáticos. “A isenção de IPTU vem nesse momento oportuno, de baixa, e vai beneficiar muito o setor porque apesar da quantidade de mão de obra, Salvador não era a cidade mais barata para a locação de grandes espaços. E esse setor precisa de grandes espaços para a produção”, complementou.
Para o presidente da Fieb, Ricardo Alban, a situação econômica de Salvador é menos preocupante que a das demais capitais do Brasil, devido ao trabalho da atual gestão. No entanto, Alban ressaltou a importância do Salvador Negócios para solucionar alguns problemas no setor, como o do desemprego e dos entraves da construção civil. “A melhor maneira de enfrentar esses problemas é sendo proativo, e é assim que eu vejo o Salvador Negócios. Nesse momento, temos que criar espaço e condições permissíveis para que saiamos na frente e possamos ter respostas efetivas e imediatas, quer seja no emprego ou na melhoria da qualidade de vida, com investimentos públicos”, opinou Alban.
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