Participante do Furdunço e do Fuzuê, grupo percussivo tem como diferencial transformação de materiais diversos em instrumentos
O grupo percussivo Quabales, criado no Nordeste de Amaralina, abordará no Carnaval de Salvador 2017 o tema Reciclagem. Os percussionistas vão promover um verdadeiro arrastão da música no Circuito Orlando Tapajós (Ondina-Barra), no sábado (18), e no Circuito Osmar (Centro), na sexta-feira (24). Este é o quarto ano de participação na folia soteropolitana em parceria com a Prefeitura – todos eles com presença registrada no Furdunço e há dois anos no Fuzuê.
“Conscientização será uma das mensagens desse arrastão. Queremos mostrar a beleza das artes recicladas para as pessoas e conscientizá-las, de maneira que possam olhar e dizer ‘posso usar uma garrafa como instrumento, um balde, que legal’ e, assim, comecem a reproduzir isso em casa e disseminar ainda mais essa ideia. No Carnaval isso ainda é mais importante, pois reúne milhões de pessoas e desperta mesmo como as coisas são feitas e como usamos”, explica Marivaldo dos Santos, criador do Quabales e também percussionista do grupo americano Stomp.
O material desenvolvido para o Carnaval foi elaborado pelos artistas plásticos André Fernandes e Orni Barros. Ambos trabalham com garrafas pet e possuem trabalhos conhecidos pelo público, a exemplo da Bandeira Nacional e o projeto 100garrafas, que desenvolve pranchas para surf e Stand Up também com garrafas.
O tema tem relação direta com o diferencial do Quabales, que é a produção de instrumentos musicais a partir de material reciclado, além de despertar a criatividade de cada indivíduo e a conscientização sobre a importância da reciclagem. “Nós fizemos um mutirão no bairro para recolher garrafas pet, pois usamos as tampinhas e as garrafas na nossa produção. Além de peças artísticas, confeccionamos instrumentos com garrafas e baldes - daí conseguimos tirar uma sonoridade diferente das garrafas usando gelo seco para dar o efeito”, conta Santos.
Entre os instrumentos criados, figuram chocalhos de garrafas pet, surdão feito de baldes gigantes e até garrafões de água com tampinhas de alumínio se tornaram instrumentos musicais. No total, 60 percussionistas devem invadir o Fuzuê com o Quabales. Já na edição do Furdunço no Circuito Osmar, 30 jovens entram em campo. O trabalho é constante durante todo o ano e, a partir do mês de novembro, os ensaios são intensificados.
Mudanças na folia – Sobre a evolução da folia, Marivaldo dos Santos disse que o Carnaval de Salvador sofreu uma grande transformação musical, que o deixou muito feliz. “Fico muito agradecido em participar do Fuzuê e Furdunço. Trazer esse Carnaval antigo para o povo, que pula feliz vendo essa coisa específica que atrai também crianças, é a representação maior da gente no Carnaval. Havíamos perdido essa essência e ela foi recuperada com a criação desses movimentos. Hoje vemos muitos artistas tocando para o povo, sem cordas, e esse é o grande forte do Carnaval também, sempre foi”, finaliza
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