Com investimento de R$800 mil, equipamento é entregue completamente requalificado pela Prefeitura
Normalmente, o mercado estará aberto de terça à domingo, sempre das 6h às 17h. Na segunda-feira, o horário é das 5h às 13h. A partir de segunda-feira (10), o equipamento, bastante procutado nesse período do ano, terá horário especial de funcionamento em função da Semana Santa, das 5h às 20h até quinta-feira (13) e, na sexta-feira (14), das 5h às 13h.
O prefeito lembrou que a administração municipal acompanhou todos os momentos da reforma e que havia assumido o compromisso de entregar o equipamento requalificado, em pleno funcionamento, antes da Semana Santa. “Esse período de chuva que a cidade está vivendo lembra a situação do mercado antes, que era tomado por alagamento, com problemas nas redes hidráulica e elétrica e muita sujeira e mau cheiro. Agora, 14 anos após a inauguração da estrutura, vem essa emoção de entregar o mercado completamente recuperado”.
O gestor salientou ainda que serão promovidas mais melhorias no local. Uma delas é a instalação de um estacionamento na área onde os comerciantes foram colocados provisoriamente, enquanto era realizada a obra de requalificação. Para isso, será feita a retirada da base e sub-base de asfalto e aplicação de novo material. Além disso, será feito o ordenamento de caminhões de carga e descarga de estabelecimentos do entorno, que acabavam despejando material indevidamente na rua. Ambas as ações ajudarão a eliminar de vez o mau cheiro e sujeira do entorno. Também será solicitada à Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) o cumprimento da recuperação asfáltica da região de Água de Meninos.
Representados pelo presidente da Associação dos Permissionários do Mercado Popular de Água de Meninos, Gustavo de Jesus, e pela comerciante Conceição Correia, os permissionários entregaram ao prefeito uma placa de agradecimento pela melhoria do local. “Pedíamos muito pela devolução do mercado aos comerciantes e hoje tenho certeza que todos estão satisfeitos com a reforma. Aqui é um local bastante frequentado por todas as classes sociais e pela grande diversidade de produtos. Queremos contar com a ajuda da Prefeitura para promover cada vez mais o mercado”, pontuou Conceição.
O secretário Marcos Passos salientou a importância da profunda intervenção no equipamento, principalmente neste momento de crise econômica. Com o retorno das atividades, estão sendo gerados mais de 300 novos empregos diretos e indiretos no local. “Além disso, para acabar com o mau cheiro, foi feito investimento em uma câmara fria para acondicionar o lixo e, assim, promover mais conforto para comerciantes e frequentadores”.
Melhorias – Com investimento de aproximadamente R$ 800 mil, a requalificação do Mercado Popular de Água de Meninos foi promovida por meio de trabalho conjunto entre as secretarias de Manutenção (Seman) e de Ordem Pública (Semop). Na reforma, foram instalados novos sanitários, pias e balcões, melhorando as condições de trabalho dos permissionários. Os azulejos da área interna dos boxes foram substituídos por novos elementos, seguindo a orientação da Vigilância Sanitária. A iluminação passou a contar com lâmpadas em LED e barreiras foram colocadas nas áreas vazadas das paredes e teto para impedir a entrada de pombos.
Toda a estrutura foi revitalizada, bem como as redes hidráulica e elétrica. Além disso, o espaço recebeu uma câmara fria, para acondicionamento adequado e eliminação do mau cheiro gerado pelas vísceras retiradas dos peixes que antes eram descartadas na via pública, gerando odores incômodos à vizinhança. Agentes da Semop, responsável pela administração do espaço, vão atuar no local realizando a fiscalização e garantindo o funcionamento adequado dos espaços. A estrutura atualmente possui 75 boxes e conta com 58 permissionários.
Banho dos meninos - A história do Mercado Popular de Água de Meninos se mistura com a história da Feira de Água de Meninos, antigo comércio informal móvel surgido na década de 1930 na região do Armazém 7 da Companhia das Docas da Bahia, entre o porto e a Avenida Oscar Pontes, na Cidade Baixa. De acordo com historiadores, uma das hipóteses para o surgimento da feira seria o banho costumeiro dos meninos, vindos dos bairros do Barbalho e Santo Antônio, nas bacias formadas pela maré baixa na Praia da Jequitaia.
Também conhecida como Feira do Sete, era o ponto de comércio de produtos variados, trazidos do Recôncavo baiano pelos famosos saveiros. O tempo foi passando e o crescimento, de forma desordenada, também. A ponto de, no fim da década de 1950, já haver uma movimentação para relocação dos comerciantes para a área da enseada de São Joaquim. Apesar das condições precárias, a feira era bastante procurada pela variedade e pelo preço, mais baixo do que o praticado em outros pontos da capital baiana.
No entanto, em setembro de 1964, a Feira de Água de Meninos desaparece em meio a dois incêndios provocados por vazamento nos tanques de combustíveis de empresas petrolíferas existentes na localidade. De acordo com o Jornal da Bahia, na época, foram consumidos pela tragédia 620 barracas, 66 depósitos e 847 bancas, além de seis vítimas. Os comerciantes, em sua maior parte, foram relocados então para São Joaquim, em uma área cedida pela Prefeitura e Estado, onde permanecem até hoje.
Já o imóvel – chamado apenas de Mercado Popular na ocasião – foi construído em 1946 por Manoel Pinto de Aguiar, fundador da Editora Progresso, em um terreno cedido pela Prefeitura bem em frente à Feira de Água de Meninos, atual Avenida Jequitaia. O período de concessão foi de 30 anos e, após esse prazo, o mercado foi entregue ao município. No Mercado Popular surgiu o primeiro restaurante de comidas típicas de Salvador: o Maria de São Pedro, montado pela conhecida cozinheira de mesmo nome, nascida em Santo Amaro da Purificação. Apesar da variedade de produtos, a especialidade do local ficou marcada mesmo pelo comércio de pescado.
A atual estrutura do Mercado Popular de Água de Meninos foi construída pela Prefeitura em 2003. Na ocasião, o espaço foi dividido em 50 boxes no andar térreo para a venda dos mais variados tipos de frutos do mar, além de restaurantes para os frequentadores no primeiro piso. No entanto, a ação do tempo foi degradando o lugar, até terem as atividades suspensas em 2015 para realização das obras de requalificação.
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