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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

LAVAGEM DO BONFIM...FESTA PROFANO RELIGIOSA

LAVAGEM DO BONFIM...FESTA PROFANO RELIGIOSA

Na segunda quinta-feira após a Festa de Reis, é a vez de uma das celebrações mais simbólicas da Bahia, a de Nosso Senhor do Bonfim (Oxalá no candomblé), que também é chamada de Lavagem do Bonfim e abrange um percurso de 7 km. No mesmo templo, há espaço para a celebração católica e a do candomblé. A lavagem das escadarias da igreja feita pelas baianas é bastante simbólica após a celebração de uma missa ao ar livre. A soltura de pombas brancas e balões brancos e azuis também atrai quem acompanha a procissao.

"Houve uma utilização da Igreja Católica que associava os santos aos orixás. É uma superposição que hoje não se confunde, a gente sabe o que é uma manifestação afro. É uma fusão. Quem não é do candomblé faz festa de Santa Bárbara, por exemplo, como manifestação de 'baianidade'", diz.
Sincretismo religioso
A historiadora Consuelo Pondé, presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, explica que o conceito de sincretismo religioso surgiu ainda na época em que o candomblé era proibido.
O padre Manoel Filho, coordenador da pastoral de comunicação da Arquidiocese da Bahia, afirma que das festas populares mais conhecidas do estado, as duas mais misturadas são as do Bonfim e de Santa Bárbara.
Segundo o padre Manoel Filho, as festas de largo são muito antigas e começaram com as quermesses de igreja, com o objetivo de confraternização entre os participantes. Com o tempo, as celebrações nas ruas ganharam o sentido geral de encontro e diversão que se vê hoje. E se tornou também um produto cultural, com as versões pagãs, de festas fechadas."Acho que precisamos repensar o conceito de sincretismo. O que existe é dupla pertença e, para a igreja, não existe problema nenhum que as pessoas do candomblé participem. Bobos eram os portugueses que achavam que eles [adeptos do candomblé] cultuavam os deuses católicos. Hoje existe essa clareza deque não é assim", afirma.

Foto:Maria Lulu Luluruts

Segundo a historiadora Consuelo Pondé, essas festas estão muito associadas à alegria do africano, e também têm muitas coisas dos portugueses .
"A classse alta se apropriou dessas festas como uma forma até de expressar sua 'baianidade'. O hábito, a prática, passou a representar um valor também cultural. Já foram festas mais tranquilas, com menos gente. Não é mais festa familiar, e as festas baianas são muito mais profanas do que religiosas. Na Bahia, é tudo misturado. Apesar da violência, da dificuldade de vida, é um momento de regozijo, as pessoas curtem essas festas. A maneira de expressar e comunicar essa alegria é muito nossa", afima.
Foto;MARIA LULU LULURUTS

Foto;Maria Lulu Luluruts


Foto;Maria Lulu Luluruts

Foto:Maria Lulu Luluruts

Foto:Maria Lulu Luluruts


foto:Maria Lulu Luluruts

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