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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Paroano Sai Milhó reverencia Tropicália no Fuzuê de Salvador

Grupo é uma das atrações que se apresentam no sábado (18), no Circuito Orlando Tapajós (Barra)
São 54 carnavais, quatro discos na carreira e incontáveis histórias com pitadas de humor e irreverência nas festas de rua de Salvador. O Paroano Sai Milhó, banda que agrega 17 integrantes e intitula-se uma confraria entre amigos, desfila pela segunda vez na folia como atração do Fuzuê, no dia 18 de fevereiro (sábado), no pré-Carnaval do Circuito Orlando Tapajós (contrafluxo), na Barra.
Para a folia deste ano, os amigos do grupo musical preparam uma homenagem às cinco décadas da Tropicália. O movimento revolucionou os métodos de produção de cultura nos anos 1960, provocou reflexões e quebrou paradigmas sociais em meio à ditadura. “O Paroano tem um pouco de Tropicália. Quebram-se regras se necessário for. Temos rigidez no bom comportamento, mas a simpatia é um quesito obrigatório para ser Paroanista“, revelou Lindberg Macêdo, um dos integrantes.
O repertório para a festa é colaborativo, mas recebe os cuidados de Flávio Porto. A apresentação deve vir recheada de surpresas e homenagens aos artistas que participaram do Tropicalismo, como Gilberto Gil e Caetano Veloso. Entre os sucessos que já são marcas registradas no coro do Paroano e não podem faltar na folia estão: "Le Fudez Vouz", "É D’Oxum", "Marcha da Quarta-feira" e "Iolanda", além de faixas do último disco, lançado em 2011, intitulado “Paroanizar o que há de bom”.
História e valorização - Conhecidos pela apresentação sem cordas e sempre de forma acústica - todos os integrantes cantam e tocam -, o grupo vê com bons olhos o resgate do Carnaval de rua com atrações para o folião pipoca e relembra os tempos de ouro da festa. “Quando eram apenas blocos de sopro e percussão, as pessoas iam ao lado cantando. Alguns não usam sequer cordas. O grande desafio era os cordões se encontrarem para ver quem tinha mais segurança na bateria e no sopro. Era um desafio! No entanto, a partir do processo comercial dos trios, o Carnaval perdeu a essência”, relata o líder e um dos fundadores do Paroano Chico Mascarenhas.
Ao longo dos 53 anos de história do Paroano, já que a banda faz aniversário em fevereiro, passaram pelo grupo mais de cem integrantes. Hoje os membros estão distribuídos em setores e dão vida a instrumentos como violão, cavaquinho, banjo, charango, prato, timbau, agogô, surdo, tamborim, atabaque e timbau.
Tradicionalmente, os integrantes do Paroano Sai Milhó se apresentam todos os anos vestidos de palhaços e a expectativa do público para conhecer a fantasia deste ano é grande. A vestimenta e os adereços são confeccionados na própria sede do grupo, localizada sugestivamente em um dos bairros mais boêmios de Salvador: Itapuã. É lá onde ocorrem os ensaios técnicos da banda, sempre às terças-feiras.
Preparação - A irreverência do grupo deve aportar nesta quinta-feira (26), a partir das 9h, na Praça Caramuru (antigo Mercado do Peixe), para o lançamento das camisas do bloco para a edição 2017 do Carnaval. A apresentação será realizada no restaurante Cantina da Lua e deve atrair baianos e turistas fissurados nos clássicos e novos sucessos da MPB que ganham, nas vozes do grupo, nova roupagem e estilo peculiar.

Em seguida, o grupo já tem agenda prevista na Festa de Iemanjá, dia 2. A saída é na Fonte do Boi, no Rio Vermelho, bairro onde a banda se apresenta no período carnavalesco há uma década. No sábado (11 de fevereiro) e domingo (12 de fevereiro), o grupo bate ponto no Café Teatro Rubi, no Hotel Sheraton, no Campo Grande. Já nos dias oficiais da folia o grupo se apresenta no Circuito Batatinha (Pelourinho), com data ainda a definir.

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