Cidade continua efervescente até Carnaval com celebrações populares para baianos e turistas
Depois de levar milhares de pessoas às ruas da Cidade Baixa no último dia 12, a Lavagem do Bonfim ainda ecoa em Salvador e os festejos na região prosseguem até esta segunda-feira (16), com a Segunda-Feira Gorda da Ribeira. De acordo com historiadores, romeiros que participavam da lavagem na Colina Sagrada perambulavam pelos bairros vizinhos no final dos festejos, estendendo o fim da celebração profana até o chamado primeiro dia útil da semana. Tanto que, antigamente, a data era chamada de Segunda-Feira do Bonfim. A festa ficou conhecida pela migração das barracas para a Ribeira, que atraía um grande número de pessoas, e o famoso cozido procurado pelo público na Enseada dos Tainheiros.
A Segunda-Feira Gorda da Ribeira é uma dos eventos que integram o calendário de Verão da Prefeitura, iniciativa que engloba as festas populares da cidade até o Carnaval. No dia 29 deste mês, o bairro da Federação louva São Lázaro - protetor contra as doenças - com uma celebração que remonta à tradição católica portuguesa e que engloba missa, tríduo e procissão pelas ruas nas imediações da igreja voltada ao santo. A manifestação religiosa acontece sempre no último domingo de janeiro e também conta com uma forte participação do candomblé, que homenageia o orixá Omolu com lavagem da escadaria da igreja de São Lázaro, velas acesas e banho de pipoca.
Rainha do mar - “Dia dois de fevereiro / dia de festa no mar...”. Nesse dia e com uma alvorada de fogos, o Rio Vermelho recebe milhares de pessoas que, de branco, vão até a Praia da Paciência reverenciar Iemanjá, orixá das águas e dos mares. Com origens nas religiões de matriz africana, os festejos são marcados por manifestações do candomblé, pelo samba, pelas rodas de capoeira, pelas barracas e pelas oferendas levadas pelos seguidores à Casa de Iemanjá, ao lado da Colônia de Pesca Z1. Mais recentemente, a celebração também tem atraído festas privadas com atrações musicais e DJs.
Os mimos são colocados em balaios e, ao cair da tarde, junto com o presente principal ofertado pelos pescadores, são levados pelos barcos para serem depositados ao mar. Reza a lenda que, se a oferta for encontrada na praia no dia seguinte, é porque Iemanjá não aceitou a oferenda. Desde o ano passado, a festa teve um atrativo a mais com a requalificação da orla do Rio Vermelho, promovida pela Prefeitura e que possibilitou não apenas a reurbanização da região, mas também a recuperação de equipamentos como a Colônia de Pesca e a Casa de Iemanjá.
Itapuã – A ser comemorada em 2017 no dia 16 de fevereiro, a Lavagem de Itapuã é realizada desde o tempo da escravidão e começa de madrugada, com o som das violas, banjos, cavaquinhos, bandolins e maracas do Bando Anunciador. O nascer do sol é celebrado com uma alvorada de fogos e também marca a pré-lavagem da escadaria da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Itapuã, com o café da manhã idealizado por Dona Niçu, falecida moradora do bairro, e cuja tradição foi mantida pelos filhos.
Durante o dia, as ruas são tomadas por baianas, pescadores, ciclistas, capoeiristas e cavaleiros e os rituais religiosos acontecem simultaneamente ao desfile de blocos do bairro, como o Malê Debalê. A lavagem das escadarias acontece ao meio-dia e, à tarde, barracas de comidas e bebidas animam o público até o avançar da noite.
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